Teoria social, verdade e transformação

ensaios de crítica ontológica

Mario Duayer

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Teoria social, verdade e transformação
  • autor: Mario Duayer
  • apresentação: Maurício Vieira Martins
  • prefácio: Virgínia Fontes
  • orelha: Eleutério F. S. Prado
  • capa: Victória Lobo
edição:
1
selo:
Boitempo
páginas:
240
formato:
23cm x 16cm x 2cm
peso:
320 Gramas
ano de publicação:
2023
encadernação:
Brochura
ISBN:
9786557173190

Os artigos presentes em Teoria social, verdade e transformação, escritos ao longo dos últimos 30 anos, endereçam uma crítica marxista às teorias da ciência e do conhecimento hoje dominantes, empreendendo um ataque ao relativismo e procurando defender a vigência do conceito filosófico de verdade. A obra é uma amostra da produção teórica madura de Mario Duayer e abarca o conjunto de temas aos quais ele dedicou parte substantiva de sua atividade como professor e pesquisador: crítica ontológica, filosofia da ciência e crítica do valor.
 
A crítica ontológica serve de guia para os doze textos do volume, que conta ainda com apresentação de Maurício Vieira Martins e prefácio de Virgínia Fontes. Comparecem ao texto autores como Richard Rorty, Thomas Kuhn, Irme Lakatos, John Searle e Roy Baskhar para terem seu pensamento rigorosamente esquadrinhado. O resultado é um livro vibrante, de forte teor literário, com acentos irônicos e humorísticos, que revela um pensador único. Diferentemente do que se poderia esperar, a proposta de conectar os conceitos de verdade e de transformação social, ainda mais de um ponto de vista marxista, não soa como algo extemporâneo, mas como uma lufada de ar puro no debate da filosofia das ciências. Duayer não cede a clichês, mas reinventa o sentido e a articulação dos conceitos com os quais trabalha.  
 
“Este é um livro corajoso, demonstração da maturidade de um filósofo, sobretudo de um grande estudioso do marxismo, que é capaz de enfrentar os desafios postos pelas questões mais espinhosas ligadas à produção do conhecimento com uma coragem, uma qualidade, uma densidade e uma erudição raras. Raras não apenas por aqui, nas plagas brasileiras. Raras também no cenário internacional. Mario Duayer se defronta com os mais importantes e mais conhecidos internacionalmente filósofos da ciência”, escreve Virgínia no prefácio.
 


Trecho:

“Crenças são convicções sobre a realidade ou verdade de alguma coisa. Mas são convicções que sempre trazem consigo interrogações que nos assediam continuamente. Como emergem as crenças? Por que são criadas? Como distinguir as críveis das incredíveis? As falsas das verdadeiras? Mas as crenças incredíveis, falsas, se chegaram a ser cridas, crenças nas quais em algum momento, lugar etc. se creu, não foram verdadeiras de algum modo, em algum âmbito, em maior ou menor extensão? Como e por que eram críveis, verdadeiras? E por que se tornaram incredíveis, falsas? Ou incredíveis, apesar de verdadeiras?
Essas são questões filosóficas sobre a natureza de nossas crenças, sobre aquilo em que cremos e aquilo em que não cremos. A própria formulação do problema deixa entrever a natureza dinâmica das crenças, que são ora cridas, ora descridas. Que ora são reverenciadas como verdadeiras, ora menosprezadas como falsas. Umas substituindo as outras. E num processo nem sempre linear. Crenças descridas como falsas podem ser novamente criadas no futuro”.

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