Sinfonia inacabada

a política dos comunistas no Brasil

Antonio Carlos Mazzeo

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Sinfonia inacabada
  • autor: Antonio Carlos Mazzeo
  • prólogo: Milton Pinheiro
  • apresentação: Mauro Iasi
  • orelha: Marly Vianna
  • capa: Maikon Nery
edição:
2
selo:
Boitempo
páginas:
240
formato:
23cm x 16cm x 2cm
peso:
300 Gramas
ano de publicação:
2022
encadernação:
brochura
ISBN:
9786557171363

No final dos anos 1970 e no início dos 1980, as movimentações operárias do ABC paulista abrem perspectiva para a construção de um polo democrático-popular que possibilitaria o aprofundamento da democracia brasileira em dimensões jamais vistas. Se os setores de esquerda aglutinados em torno da vanguarda operária, e que posteriormente formariam o Partido dos Trabalhadores (PT), não conseguem construir essa alternativa, o Partido Comunista Brasileiro, até então hegemônico dentro do movimento operário, também não se mostra capaz de compreender a importância dessas manifestações e tem sua política derrotada no movimento de massas ao insistir em manter a prática calcada nos velhos instrumentais analíticos de sua “teoria do Brasil”.
 

A construção da teoria da revolução em “etapas”, feita pelo Komintern – a Internacional Comunista –, a influência dessa Internacional no PCB e nas orientações da esquerda brasileira, assim como a incapacidade dos socialistas e comunistas de entender as novas dimensões sociopolíticas do Brasil são analisadas em Sinfonia inacabada que, ao fazer uma exposição abrangente da política dos comunistas, faz também uma análise crítica de toda a esquerda brasileira.
 

Com apresentação inédita de Mauro Iasi e edição revista e atualizada, a segunda edição da obra de Antonio Carlos Mazzeo chega ao público no contexto de aniversário dos 100 anos de fundação do Partido Comunista – Seção Brasileira Da Internacional Comunista (PCB) (1922-2022).
 
Trecho
“Posto na ilegalidade por Eurico Gaspar Dutra, com o apoio da maioria reacionária do Congresso Nacional, o PCB, pressionado também por suas bases, girou à esquerda e abandonou a linha colaboracionista e conciliadora de união nacional. Em 1948 lança o “Manifesto de Janeiro”, fazendo profunda e dura autocrítica de suas posições. No documento, reconhece que se deixara seduzir por “ilusões reformistas”. Também denuncia os vínculos do governo com o imperialismo estadunidense e com sua política internacional pró-Guerra Fria. Em sua autocrítica, chega a vislumbrar que o processo pós-1945 não destruíra as bases da autocracia burguesa no Brasil, caracterizada como “base do fascismo”: ‘É certo que, com os golpes cada vez mais sérios contra a democracia, o perigo fascista que jamais deixou de estar presente, já que não foram destruídas e nem mesmo de leve golpeadas suas raízes objetivas, torna-se hoje particularmente agudo no país’. Nesse sentido, o PCB afasta-se da lógica seguida até então, que era a de apostar na possibilidade de construção de uma democracia burguesa dentro de condições histórico-objetivas em que tais tarefas não seriam realizadas jamais por uma burguesia de extração colonial."