Por um comunismo transexual
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autor:
Mario Mieli
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tradução de:
Rita Coitinho
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prefácio e notas:
Marília Moschkovich
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capa:
Cristina Gu
- título original:
- Elementi di critica omosessuale
- edição:
- 1
- selo:
- Boitempo
- páginas:
- 384
- formato:
- 23cm x 16cm x 2cm
- peso:
- 500 Gramas
- ano de publicação:
- 2023
- encadernação:
- brochura
- ISBN:
- 9786557172476
Publicado na Itália em 1977, Por um comunismo transexual é considerado um dos precursores da teoria queer. Abordando a relação entre homossexualidade, homofobia e capitalismo, a obra de Mario Mieli representa, ainda nos dias de hoje, um desafio radical à teoria e à política dominantes. Com um tom de manifesto político, em muitos momentos utópico e voluntarista, a obra apresenta uma abordagem marxista e homossexual.
Fruto da tese de conclusão de curso de filosofia do autor, o livro tem um forte diálogo com a psicanálise. Mieli contesta algumas das teorias psicanalíticas mais conhecidas de sua época sobre a homossexualidade, além de transitar pela história da repressão aos desejos eróticos e como isso está intrinsicamente ligado à história do capitalismo. Para Mieli, o desejo homoerótico é universal e enquanto a sexualidade for reprimida, a homofobia será um problema para todos. Para o autor, a desconstrução do que chama de “Norma” heterossexual precisa ser uma luta dos comunistas.
Publicado pela primeira vez no Brasil e com tradução direta do italiano, a edição traz um apêndice crítico, organizado por Paola Mieli, presente na edição comemorativa de 2017. Por um comunismo transexual é uma leitura essencial para todos que procuram compreender o verdadeiro significado da libertação sexual sob o capitalismo de hoje.
Trechos
“O machismo revela-se o mais grave impedimento para a realização da revolução comunista: divide o proletariado e quase sempre faz dos proletários heterossexuais os guardiões da Norma sexual repressiva de que o capital necessita para perpetuar seu domínio sobre a espécie. Os homens heterossexuais proletários estão corrompidos: eles concordam em receber o escasso dinheiro falofórico do sistema para conter, em troca das gratificações mesquinhas que derivam disso, o potencial revolucionário transexual das mulheres, das crianças e dos homossexuais. Os “garotos de programa” não são mais corruptos do que o trabalhador inscrito no Partido Comunista Italiano (PCI) que insulta as “bichas”, maltrata a esposa e bate nos filhos”.
“De todo modo, entre a maioria das pessoas, o desejo heterossexual manifesto exclui o desejo homossexual e vice-versa; nem, por outro lado, a peculiaridade de um existe sem a simultânea, antitética e latente presença do outro. Na sociedade, a heterossexualidade não poderia ser considerada “normal” se a homossexualidade não fosse julgada como “perversão”. A condição dos homossexuais é a imagem espelhada de uma sociedade que se reconhece heterossexual”.