Pilatos e Jesus
R$ 37,00 Livro Indisponível
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autor:
Giorgio Agamben
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tradutor:
Silvana de Gaspari
Patricia Peterle
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apresentação:
Vinícius Nicastro Honesko
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orelha:
Douglas Ferreira Barros
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capa:
Ronaldo Alves
- título original:
- Pilato e Gesú
- edição:
- 1
- selo:
- Boitempo
- páginas:
- 80
- formato:
- 23cm x 16cm x 1cm
- peso:
- 130 Gramas
- ano de publicação:
- 2014
- encadernação:
- Brochura
- ISBN:
- 9788575594148
Por que o cruzamento entre o humano e o divino, o histórico e o eterno, tem a forma de um processo?
A profissão de fé cristã contém um único nome próprio (ao lado daqueles de Jesus e da virgem Maria) que é totalmente estranho ao seu contexto teológico: o do pagão Pôncio Pilatos. Figura inusitada na liturgia cristã, e segundo Nietzsche "a única dos Evangelhos que merece respeito", Pilatos é o autor de frases memoráveis, como "O que é a verdade?", "O que escrevi, escrevi" e o fastídico "Ecce homo, eis o homem!", pouco antes de entregar Jesus ao suplício.
Por três meses o filósofo Giorgio Agamben se viu na urgência de interromper todas suas atividades acadêmicas para mergulhar intensamente no enigma do julgamento de Jesus Cristo, sob a figura misteriosa de Pilatos. É a figura de Pilatos, lembra, que assegura o caráter histórico da paixão de cristo: trata-se de um personagem de carne e osso - talvez o único verdadeiro dos Evangelhos. Mas, Agamben prossegue, Pilatos é também algo menos e, ao mesmo tempo, muito mais que isso: um homem do qual conhecemos as hesitações, o medo, o ressentimento, o sarcasmo, as suscetibilidades, a hipocrisia...
Neste breve e contundente ensaio Agamben mostra como, no encontro fugaz entre Pilatos e Jesus estava em jogo um evento enorme e inédito, para além do drama da paixão e da redenção. Neste encontro irreconciliável entre o "mundo dos fatos" e o "mundo da verdade", provoca Agamben, como nunca em outro lugar na história do mundo, a eternidade cruzou a história em um ponto exemplar. O temporal foi atravessado pelo eterno.
Desdobrando esta recíproca perfuração entre os dois mundos - história e eternidade, sagrado e profano, juízo e salvação - situada no âmago da religião cristã que a modernidade secularizou, Agamben nos remete aos mais candentes impasses da contemporaneidade. A pergunta chave que Pilatos e Jesus desvenda é: por que o cruzamento entre o humano e o divino, o histórico e o a-histórico, tem a forma de um processo? E que processo é esse? O que é, afinal, um processo sem juízo? E o que é uma pena (neste caso, a crucificação) que não deriva de um juízo formal?