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autor:
Thiago Aguiar
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prefácio:
Ruy Braga
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orelha:
Ricardo Antunes
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quarta capa:
Judith Marshall, Leonardo Mello e Silva e Paula Marcelino
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capa:
Romerito Pontes/CC By 2.0
- edição:
- 1
- coleção:
- Mundo do Trabalho
- selo:
- Boitempo
- páginas:
- 272
- formato:
- 23cm x 16cm x 2cm
- peso:
- 300 Gramas
- ano de publicação:
- 2022
- encadernação:
- Brochura
- ISBN:
- 9786557171288
De Mariana a Brumadinho, os últimos anos foram marcados por “acidentes” ambientais promovidos pela mineradora Vale S.A. O solo movediço da globalização, do sociólogo Thiago Aguiar, é resultado de uma ampla pesquisa sociológica, econômica e etnográfica, conduzida em dois países com forte presença da gigante mineradora, Brasil e Canadá. O autor foi a campo e conversou com trabalhadores, dirigentes sindicais, gestores e ex-gestores da empresa para mostrar as mudanças nas relações de trabalho ao longo dos anos, a reestruturação das operações da Vale no Canadá, após a compra da Inco em 2006, que levou à maior greve no setor privado daquele país em trinta anos, além das recentes transformações na estrutura de propriedade e na “governança corporativa” da Vale.
Com consequências devastadoras para trabalhadores, comunidades e meio ambiente, o caso da Vale S.A. é um exemplo da desastrosa integração da economia brasileira ao capitalismo global nas primeiras décadas do século XXI. No livro, o autor narra em detalhes a complexa transformação da Vale, uma tradicional empresa estatal umbilicalmente associada ao ciclo industrializante do país, em uma grande corporação mundial na liderança da produção de minério de ferro e de níquel.
“Neste livro, Thiago Aguiar nos oferece uma oportunidade ímpar para compreendermos catástrofes como as de Mariana e Brumadinho, e agirmos a fim de evitar que elas se repitam no futuro. De fato, o lado sombrio da globalização capitalista foi iluminado por esta obra politicamente radical e sociologicamente instigante. A urgente resposta da sociedade às ameaças trazidas para nossa existência pela financeirização capitalista se fortalece com livros como este. Lê-lo e debatê-lo são tarefas estratégicas para todos os que lutam por uma sociedade justa e ambientalmente sustentável”, escreve o professor Ruy Braga no prefácio da obra.
Trecho
“Nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), houve um impulso nas privatizações. Em 1997, a CVRD foi privatizada em um processo do qual saiu vitorioso um grupo de empresas liderado por Benjamin Steinbruch (que, pouco tempo antes, havia comprado a siderúrgica estatal CSN), bancos e fundos de pensão. Os argumentos para a privatização apresentados pelo governo à época seguiram o padrão ideológico – naquele momento muito em evidência no mundo e na América Latina em particular – do “Consenso de Washington”. [...] A CVRD, no entanto, foi historicamente uma empresa muito lucrativa. Nos três anos anteriores à privatização, os lucros da CVRD foram de US$ 304 milhões (1994), US$ 721 milhões (1995) e US$ 558 milhões (1996). No entanto, as políticas de ajuste estrutural, como privatizações, estabilização de preços, liberalização dos mercados, desregulamentação e austeridade fiscal, foram uma agenda formulada e implantada de forma antidemocrática, desenhada em Washington e imposta sem debate, por meio da tutelagem de instituições como o FMI e o Banco Mundial, cujo objetivo era assegurar a capacidade de pagamento dos países devedores.”