Icebergs à deriva
  • organizador: Ricardo Antunes
  • autores: Alexandre Arias, Carolina Di Assis, Cílson César Fagiani, Claudia Mazzei Nogueira, Cristopher Sad, Daniela Muradas Antunes, Denise Vieira, Fabiana Scoleso, Fabiane Santana Previtali, Fabio Perocco, Fabio Scolari, Fabrizio Denunzio, Gabriel Fardin
  • orelha: Roseli Figaro
  • quarta capa: Sadi Dal Rosso
  • capa: Maikon Nery
edição:
1
coleção:
Mundo do trabalho
selo:
Boitempo
páginas:
552
formato:
23cm x 16cm x 2cm
peso:
600 Gramas
ano de publicação:
2023
encadernação:
brochura
ISBN:
9786557172322

Icebergs à deriva: o trabalho nas plataformas digitais, nova obra da coleção Mundo do Trabalho organizada pelo sociólogo Ricardo Antunes, oferece um estudo profundo e multidisciplinar sobre o trabalho nas plataformas digitais e a expansão sem precedentes desse modelo, tanto no Brasil quanto no restante do mundo.

 

Os 28 artigos de diferentes pesquisadores, nacionais e internacionais, analisam o fenômeno social que emerge com o trabalho cada vez mais plataformizado/uberizado e que se intensificou durante a pandemia da Covid-19. As reflexões desenvolvidas na obra apresentam novos dados, empíricos e analíticos, e a luta dos trabalhadores para a regulação dessas plataformas e para a obtenção de direitos e melhores condições de trabalho.

 

Indústria 4.0, controle algorítmico, TICs, inteligência artificial, corrosão do trabalho, terceirização, educação, informalidade, agroindústria e regulação são alguns dos assuntos tratados pelos autores. Os textos aqui reunidos resultam de pesquisas anteriores que deram origem também ao livro Uberização, trabalho digital e Indústria 4.0, publicado pela Boitempo em 2020. Ambas as obras trazem um panorama completo e atual da dinâmica do mundo do trabalho nas últimas décadas, além de apresentarem caminhos para o futuro.

 

“O livro que ora vem a público [...] nos dá uma dimensão do perigo do iceberg que está à deriva. A magnitude e profundidade da crise humanitária provocada pelo capitalismo financeiro e plataformizado não tem solução que não seja aquela de conter o iceberg, quebrá-lo e tirar dele o que é de todos: a água doce que pode reverter a indigna condição de vida de bilhões de seres humanos, alijados das mínimas condições para a sobrevivência”, diz Roseli Figaro no texto de orelha.

 

 

Trechos

 

“Os resultados são visíveis: jornadas de trabalho extenuantes, frequentemente sem folga semanal; salários reduzidos; demissões sumárias e sem qualquer explicação; não custeamento da compra ou locação de veículos, motocicletas, bicicletas, celulares, internet, dentre tantas outras aberrações, que compreendem o trabalho uberizado, no qual exploração/espoliação/expropriação se mesclam e se intensificam. Não é por outro motivo que, além da pandemia da Covid-19, estamos vivenciando também a pandemia da uberização”.

Ricardo Antunes

 

“Portanto, é importante destacar que esses “novos” modelos econômicos, que ampliaram seus efeitos nas últimas décadas, estão recolocando a classe trabalhadora de volta a uma situação que, de algum modo, lembra as condições de trabalho dos tecelões de lã do período medieval. Embora em períodos históricos diferentes, em ambos os casos, nos deparamos com trabalhadores formalmente autônomos que, porém, estão sujeitos ao controle de um agente externo, que indiretamente regula todas as atividades individuais de trabalho. Em ambos os cenários, é a aparente autonomia da execução do trabalho que garante a mais completa ausência de qualquer limite à exploração”.

– Fabio Scolari