Saídas de emergência

ganhar/perder a vida na periferia de São Paulo

Cibele Saliba Rizek, Isabel Georges, Carlos Freire da Silva, Robert Cabanes, entre outros.

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Saídas de emergência
  • autor: Cibele Saliba Rizek
    Isabel Georges
    Carlos Freire da Silva
    Robert Cabanes
    Mônica Virgínia de Souza
    Vera da Silva Telles
    Rafael Godoi
    Daniel Veloso Hirata
    Gabriel de Santis Feltran
    Tatiana de Amorim Maranhão
    José César Magalhães
    Silvia Carla Miranda Ferreira
    Ludmila Costhek Abílio
    Daniel De Lucca Reis Costa
    Eliane Alves da Silva
    Ronaldo de Almeida
    Ariana Rumstain
    Yumi Garcia dos Santos
  • organizador: Robert Cabanes
    Isabel Georges
    Cibele Saliba Rizek
    Vera da Silva Telles
  • prefácio: Francisco de Oliveira
  • quarta capa: Michel Pialoux
  • apoio: CNPQ
edição:
1
coleção:
Estado de Sitio
selo:
Boitempo
páginas:
480
formato:
21cm x 14cm x 2cm
peso:
450 Gramas
ano de publicação:
2011
encadernação:
Brochura
ISBN:
9788575591826

A cidade murada e protegida por alarmes eletrônicos, a cidade globalizada, trancada em seus imóveis inteligentes, a arrogância da riqueza encarnada no biquíni à venda nos Jardins que custa o mesmo que uma moradia numa favela do subúrbio. Cada habitante sabe disso e vive com aquilo que está ao seu alcance.'Assim começa a apresentação de Saídas de emergência, livro organizado por Robert Cabanes, Isabel Georges, Cibele S. Rizek e Vera da Silva Telles, que tem como foco as relações entre os habitantes da maior cidade brasileira. Os textos de diversos autores que compõem a coletânea - resultado de longas pesquisas publicadas originalmente na França, em 2009, e agora em português pela Boitempo Editorial - revelam as faces da moeda chamada São Paulo: sexo, drogas e rock 'n' roll, emprego, desemprego, violência pública e violência privada. 'Os relatos evidenciam as esperanças e as decepções cotidianas, sem ignorar as grandes transformações políticas, econômicas e sociais dos últimos vinte anos', afirma Michel Pialoux, autor da orelha do livro.O professor Francisco de Oliveira, autor do prefácio, imaginou para a obra uma forma ao estilo de Kafka: 'O que os artigos desse livro indispensável nos descrevem são pessoas transformadas em insetos na ordem capitalista da metrópole paulistana'. No entanto, o caminho escolhido pelos autores dos textos para apresentar as experiências urbanas em prosa foi outro: 'são gramscianos', diz Oliveira, 'na medida em que exploram todas as posições, todos os ângulos, todas as expressões e modos de ganhar a vida - na verdade, de ganhar a morte - dos moradores de Cidade Tiradentes, com algumas incursões em Guaianases e outras periferias da cidade'.Fruto do longo trabalho coletivo de uma equipe composta por pesquisadores mais experientes ao lado de outros mais jovens, de origens e gerações diferentes, os 21 artigos se referem a diferentes 'saídas de emergência' e a uma multiplicidade de ângulos de abordagem. 'Trata-se da maneira como aqueles que estão submetidos às relações de dominação na cidade tentam superá-las, às vezes procurando construí-las em escala maior que a de seu meio social, por percursos que passam por formas de trabalho e atividade, religião, vida em comum e recomposições familiares', explicam os organizadores do livro. As estratégias de vida, observadas nas pessoas e nas famílias, representam modos tanto de fugir da responsabilidade direta do trabalho quanto de ressignificá-lo por meios indiretos. O tráfico, por exemplo, é referência econômica (garante a sobrevivência de muitas pessoas), social (ajuda pessoas ou associações) e moral (impregna a vida cotidiana com seus modos de pensar e agir). Frente à complexa realidade urbana, os pesquisadores não fantasiam a honra e o caráter de suas 'personagens'; nenhum afirma que o Jardim Maravilha é uma maravilha. 'A consciência crítica atenta não resvala em glorificação da pobreza e de sua situação na cidade capital do gigante emergente', reconhece Oliveira. 'A fronteira entre o legal e o ilegal, o lícito e o ilícito, o formal e o informal, não é erguida por eles: é a fantasia jurídica do capitalismo 'globalitário'.'